Tá tudo meio igual?


Já parou para reparar que vários sites institucionais parecem iguais? Claro que, embora haja variações, é verdade que existem alguns padrões muito comuns entre os sites atualmente. Olha só:

Bannerzão de entrada
Fundo branco
Coluna centralizada com texto   
Landing page com uma imagenzona e tiras de conteúdo logo abaixo  
Logo no canto superior esquerdo
Filtros de buscas dispostos na vertical
Rolagem vertical global
Informações de Contato lá embaixo
Rodapé com as informações da empresa
E conforme você foi clicando, viu que todas as informações do site estão na mesma página, em diferentes estágios da rolagem.

Como marketeiro, poderia transcorrer por horas como o afã por conteúdo online faz com que marcas e comércios apressem os processos de digitalização e acabam por escolher templates rápidos e de fácil personalização.

Mas na minha cabeça de UX designer, esses itens se padronizam como os itens básicos de um carro. Um volante à esquerda (ou à direita, nas Inglaterra); embreagem, freio e acelerador nos pés; o câmbio no console central; quatro rodas; portas com maçanetas que sobem; o som e as saídas de ar centralizados no painel, etc.

Pode-se dizer que todos os carros parecem iguais, então (tirando caminhões, vans, etc., ainda que compartilhem vários desses componentes). Mas também podemos dizer que todos tem esses itens nessa disposição porque são convenções úteis. Alguém que sabe dirigir consegue se virar em qualquer carro em poucos segundos. Não é só conveniência, mas também segurança. Imagine ter que dirigir um carro com um manche, outro com mouse, outro com controller de PS4, etc.

Claro que os sites não envolvem o mesmo nível de preocupação com a segurança de um carro, mas essa convenção ainda é uma parte útil do design. Quando alguém visita um site novo, o Uxer precisa se perguntar se o usuário quer ter uma experiência nova ou que ele encontrar o que está procurando para finalizar seja lá o que veio fazer. Na maioria das vezes, a geração de negócios exige o segundo. Ou seja, é mais importante que o usuário consiga se orientar intuitivamente no site e entender como as coisas funcionam, em vez de tentar interpretar a uma interface de usuário totalmente incomum.

Isso não quer dizer que alguma novidade não seja importante, mas ela precisa desempenhar um papel secundário para funcionar. É possível divertir-se personalizando o branding, estilo visual, conteúdo, imagens, gráficos e ícones, etc. Mas se é para fazer o produto intuitivo, não da para tentar reinventar a roda. Nossos esforços tem que focar em coisas como usabilidade, acessibilidade e, claro, funcionalidade.

Lembre-se: templates não são designs. São regras para combinar tipos de dados relacionados. Além do templates, essas plataformas normalmente não oferecem aos usuários nenhuma maneira de influenciar a aparência visual de uma página. O que você vê é o que a empresa despejou no molde. Um dos princípios fundamentais do design é a conexão significativa entre forma e conteúdo; a forma deve refletir e dar forma ao conteúdo. Sem isso, temos apenas contêineres de conteúdo genérico.


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